segunda-feira, 13 de abril de 2009

A dúvida

Desde criança temos e somos ensinados a ter medo da duvida. Ao primeiro sinal de "titubiada", questionamento ou ponto de interrogação (?), a reação brusca é uma resposta ríspida e dura, quando não uma chacota seguida de risadas. "Mas porque? Como assim? Será que realmente é assim? Quem disse?"
Resposta: "Porque sim! (ou porque não!). Um dia você entenderá. É porque é. Será que você não entende? Que burro! Dá zero pra ele!"
Nos esquivamos da dúvida. Nossos pais se esquivaram da dúvida. Criamos um monstro chamado Dúvida. Mas claro, olhe as respostas que ouvimos ao duvidar. Além de que, peguemos os exemplos de quem duvidou; Galileu duvidou do sistema solar "conhecido" até então, e foi quase queimado vivo. Maquiavel duvidou da legitimidade do poder temporal da Igreja, e foi taxado como mal e seu nome associado até hoje a atitudes sombrias, inescrupulosas e sádicas (maquiavélicas). Eu duvidei da existência dos "mols" e tirei zero na prova de química (acho que esse exemplo não é um bom exemplo).
Mas a questão é que criamos pavor a duvida ao execrarmos quem duvida. O problema é que o ponto de partida de qualquer descobrimento, conhecimento, ideologia, filosofia e lógica, é a dúvida. Galileu desvendou os "mistérios" do universo porque duvidou da certeza de então. Newton destrinchou os desígnios e fenômenos físicos porque questionou as explicacões que lhe deram. E esse é o ponto central; ao duvidar, questionamos, e a partir daí descobrimos, conhecemos, criamos e nos aprofundamos.
Sem o questionamento que advém da dúvida, aprendemos não a refletir e produzir conhecimento, mas sim a aderir a idéia que a nós for melhor apresentada. Daí o abandono e esquecimento dos conhecimentos anteriores. Daí o porque pessoas simplesmente eliminam Deus, rejeitam as chamadas "viagens" filosóficas, tem aversão ao místico, tornam-se descrentes, céticas, brutas.
A partir da dúvida permitimos a mudança. A partir da dúvida avançamos na nossa compreensão de mundo. A partir da duvida libertamos nosso pensamento e incentivamos a reflexão.
Se você compreendeu o que eu tentei (mal, mas tentei) passar, releia o texto. Só que agora, comece a duvidar...

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