quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Vida simples...

Convidei-me para uma festa quando li esse texto http://minorulandia.blogspot.com/2011/11/o-que-e-vida-simples_03.html?spref=tw , escrito por meu amigo Minoru Raphael, e, de intruso, resolvi escrever também...

Nome simples é o nome que designa uma única coisa. Já o nome composto designa duas coisas que estão juntas ou utiliza dois termos para designar uma única coisa. Resumindo, digamos que o simples seja "João" e o composto "João Pedro". Mas, João Pedro são duas pessoas? Não, é uma única pessoa que possui dois nomes. Dois é mais do que um, logo, deve ter algo a mais nessa pessoa. Que diremos então de Dom Pedro I, que tinha 18 nomes?! Deve ter algo muito a mais do que uma outra pessoa... Do que o João, por exemplo. Dom Pedro é um homem composto...

A começar pelo "Dom", um título de nobreza. Título é uma posse de Pedro. Posse... Pedro é possuidor de um título e de muitos nomes. Isso faz de Pedro uma pessoa simples? Não sei. Para responder, posso me perguntar: todas essas posses são de uma mesma vida? De um mesmo Pedro? Ou por vezes suas posses são de Dom, outras de Pedro e ainda outras de I? A vida simples de Pedro começa a ficar complexa...

"Bom é ter vida simples!" - diziam os românticos. O problema é que não se prestaram a explicar muito bem de que "simples" estavam falando. Os bucólicos, os doloridos de baço e os woodstocker's cantavam a simplicidade com o viver no mato, sofrer de amores e não ter nada que participasse do mundo capitalista. Vivemos no mato, sofremos de amor e muitos fogem das amarras capitalistas. Isso fez da vida uma vida simples? Não. Pode ter feito da vida uma vida rural, ou angustiante, ou pobre, ou alienada, ou... ou... Qualquer outra coisa. Se é bom ter vida simples, precisamos ver como ou quão simples a vida é, e, quando uma coisa é simples, só pode haver um meio, uma resposta, um jeito. Os simples são únicos...

De maneira extremamente arrogante e pretenciosa, venho falar da vida simples: a vida única. Vida simples é um símbolo, tem uma "única cabeça". Se enumerarmos posses, lugares, coisas, sentimentos ou qualquer tipo de ser enumerável e definível que resuma o que, onde ou com quem é uma vida simples, a vida já não é mais simples, ela é quantificável, e aquele que possuir a maior quantidade de ondes, com quem's e quandos da vida simples, tem uma vida mais simples. Como símbolo e como simples, a vida simples não pode ser quantificada ou espacializada, deve ser vivida. Eu sei, acabei de utilizar um chavão, mas hei de menospiorá-lo: a vida simples é aquela que é a mesma, que não se divide, não se separa, vive como uma única vida em qualquer tempo, com qualquer coisa e em qualquer lugar. É vida que não se mede...

A vida simples é sinbolica, tem uma única cabeça, e não diabolica, detentora de duas cabeças. A vida de Bruno que vive como Bruno e decide viver sendo Bruno independentemente das posses, dos nomes, das complexidades, dos lugares, das pessoas e dos tempos, é uma vida simples. Não, não é uma vida composta, é bem simples. O problema de viver uma vida simples não é a impossibilidade de sua existência, mas a dificuldade de vivê-la. É decidir ser quem se quer ser a cada instante, ser coerente, ter bom senso, não deixar se dividir, ter sempre a mesma cara, matar todos os dias a hipocrisia, se livrar da mentira e, definitivamente, saber que vida simples não é vida feliz, é vida simples, simplesmente.

Espero que a vida de Pedro não tenha se dividido em vida de Dom, vida de Pedro, vida de I, vida de Alcântara... e por aí vai!


Ao meu querido amigo Minoru



Gratis i Kristus

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