domingo, 8 de janeiro de 2012

Passados sete dias de novo ano, já posso refletir e esperar

Já faz uma semana que calendarizamos mais um ano. Imagino que vividos os sete primeiros dias do novo ano, posso afirmar que estão iguais aos sete últimos do ano anterior. Nada muda muito debaixo do Sol. Li muitas reflexões de fim de ano e muitas propostas para um novo, mas todas foram ou muito em cima da hora ou muito antes do novo tempo começar. Passados simbólicos sete dias, penso que estamos em boa hora para refletirmos com mais calma...

Descobri ano passado que Liberdade, um palavra que todos sentimos seu significado, mas não fazemos a mínima idéia de como explicá-lo, além de dar nome à uma estátua, custa muito caro. Para um povo lutar contra um líder que limita sua liberdade, muitas vidas somem da noite para o dia - noite essa que chega a durar meses. A cara moeda que paga pela liberdade, também enche os olhos daqueles que parecem já possuí-la. Uma luta pela liberdade é mercado fácil para o "livre-comércio". O povo que lutou, as vidas que se foram e o líder que é deposto, estão ligados, amarrados e dependentes de outros povos e outros interesses que nada em a ver com sua luta. Por esses outros interesses, lutam muitos homens que tentaram a vida toda serem livres, e acabam por morrer pela liberdade de outros e, no final, ninguém fica com a moeda.

Tentar ser livre, se libertar, ter voz, criar corpo, crer no impossível é encantador! É destruidor, é angustiante. Querer ser livre e saber que por não ter conseguido um bom emprego durante anos de vida, terá de morar na beira de um morro. Sonhar com um vôo de liberdade e, durante a noite de olhos fechados, ouvir dos céus o som das águas que roubarão de ti a casa e levarão teu vôo ao chão. Saber-se dependente de um governo, cativo do dinheiro, solitário indivíduo livrado de sua casa que estava prestes a desbarrancar. O dilúvio que levou os sonhos de uma liberdade.

A liberdade custou caro - tanto no ano passado quanto nesse. Cuido do Ministério de Adolescentes da minha igreja, e vi muitos se rebelarem por liberdades que parecem ser simples. Vi muitos entrarem em conflitos, crises e prisões. Tudo em nome da liberdade! Em todos os casos, as liberdades foram restritas pelo meio em que os lutadores vivem, pelas pessoas que os cercam, pelas complexas redes de poder que estão presentes desde muito antes deles terem nascido. Quanto a essa liberdade, não sei o que fazer; apenas perco o sono, me distancio do travesseiro e olho, oro, espero.

Quanto a esperança, espero que esse ano seja mais livre. Espero que eu me sinta mais livre, espero que possa contribuir para a liberdade dos outros. Apenas posso falar da liberdade que conheço, da que sinto, da que habita em mim e me faz crer que os outros também podem ser livres. No meu dilúvio, posso ser como o corvo, que rodeia e rodeia em volta da arca, mas jamais se sente seguro para voar por cima das águas e encontrar terra firme. Posso ser como a primeira pomba, que até se arrisca conhecer o mundo, mas teme perder o conforto da arca e retorna para seu ninho. Porém, posso ser como a outra pomba, da qual não conhecemos a história, pois voou longe e desapareceu no horizonte para nunca mais voltar. Sumiu nos céus, sumiu no mapa. Mas, graças à corajosa pomba livre, todos os demais animais da arca puderam ter coragem e certeza de que já era tempo de deixarem sua proteção.

Quanto a essa liberdade, posso dizer que uma comodidade pode tornar-se prisão, que um porto-seguro pode tornar-se Alcatraz, que uma igreja pode virar um inferno.  Lugares cômodos e comuns? Fujamos deles! Não nos acostumemos com buscar água no poço, mas aceitemos o convite para sermos fontes de água. Para pagar ao mundo pela minha liberdade eu não tenho moedas suficientes, mas, para pagar a mim mesmo pela não-comodidade, tenho esperanças de sobra. Espero que nesse ano a liberdade se faça mais presente, que eu me presenteie com ela. Espero que as águas se renovem, e que como pássaros, não nos acostumemos a viver em arcas depois de já cessado o dilúvio.


Gratis i Kristus

Um comentário:

  1. Seu blog é uma bênção, li algumas coisas, e dou graças pela Graça derramada sobre si, que a cada dia continue a ser esta bênção.Aquilo que escreve seja como pão para o faminto, e água para o cansado.E que cada irmão ao ler suas mensagens seja edificado, exortado no amor derramado no seu coração, a sua alegria, paz e graça, cresçam de maneira a transbordar seu cálice, e atingir os corações.Aproveito a fazer-lhe um convite: Gostaria que fizesse parte dos meus amigos virtuais em meu blog A Verdade Que Liberta. Deixo as minhas cordiais saudações em Cristo Jesus.

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