segunda-feira, 9 de abril de 2012

E se a Eternidade for uma Bailarina?

Eclesiastes 3: 9 - 13 "O que ganha o trabalhador com todo o seu esforço? Tenho visto o fardo que Deus impôs aos homens. Ele fez tudo apropriado ao seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim ele não consegue compreender inteiramente o que Deus fez. Descobri que não há nada melhor para o homem do que ser feliz e praticar o bem enquanto vive. Descobri também que poder comer, beber e ser recompensado pelo seu trabalho é um presente de Deus."

Não sei dançar. Peça um poema, uma música tocada no violão, um livro, um bom chute num jogo de futebol, aprender uma nova língua, um desenho, um gesto de amor ou um beijo, mas não me convide para uma dança. Tenho pés leves para jogar bola, mas tábuas secas para a dança. Mas, e se a eternidade for uma bailarina? Como acompanhá-la? Como conhecê-la? Como experimentá-la? Como vivê-la? Como amá-la?

De que adianta o esforço de meu trabalho para pensar a eternidade? De que adianta todo o trabalho debaixo do sol se não compreendo o Deus que se fez carne e mostrou seu rosto? De que vale me esforçar para compreender? De nada! Tenho corrido atrás do vento. Enquanto desenho e esquadrinho a bela moça que salta, não a vi num leve rodopeio que culminou em seu gracejo de desviar o rosto do público e mirar a leve e delicada mão suspensa... Não sei dançar. A Eternidade me escapa.

 Falo, discurso, escrevo. A Eternidade... A Bela Eternidade... A Bela Bailarina... Perdi novamente todas as minhas letras, sumiram os papéis, joguei fora tinta a toa. De que vale tanto esforço? Não entendo! Desejo e anseio pela Eternidade, porém, Deus me impôs o fardo do trabalho finito de todos os dias. Trabalho insuficiente, trabalho inútil. A Bailarina continua sua dança e eu perco meu compasso... Já não esquadrinho tão bem a Fé que achei que tinha.

Não entendo porque falo demais. Não me rendo porque danço de menos. Ah, se eu soubesse dançar! Saberia da Bailarina seus sonhos, viveria a Eternidade! Mas não, continuo a esperar o dia que completarei meu quadro, pintarei meu texto. Chega! Deixo de lado os papéis, abandono o discurso! Descobri que a Eternidade dança agora, a música não parou de tocar e milhares de notas com infinitos passos doces e excitantes brilham à minha frente... A música não se deixa esquadrinhar, a Bailarina não permite ser congelada. Se é feliz e faz o bem quando ouve-se e admira a dança hoje...

Sou vivo. Posso comer, beber e trabalhar. Sou agraciado por Deus! Ouço a orquestra e vislumbro a Beleza! Não mereço tamanho presente! Não sei dançar... Mas admiro tão bela dança! Não posso ser o par... Mas sou um espectador apaixonado! Se a distância entre minha finitude e a Bela Eternidade for uma dança, me calo e deixo que a música toque, admiro a Bailarina e sonho um dia aprender a dançar...

Ah, Bela Bailarina... Quem dera soubesse dançar hoje! Seria Eterno, iria para além das letras e dos papéis. Teria tua companhia, experimentaria Deus face a face... Quem dera! Mas, enquanto não sei, que maravilhoso é poder sentir teus encantos, cair em teus cantos e me deixar levar pela melodia... É um presente de Deus! Sou feliz e faço o bem enquanto vivo. Que bela dança! Que lindo som! Bela Bailarina... Um dia aprenderei a dançar...

E se a Eternidade for uma Bailarina?

Sou o mais apaixonado e amante dos admiradores! Falta-me aprender a dançar...


Gratis i Kristus

2 comentários:

  1. Lindo...O mais maravilhoso de tudo, é que a Bailarina não dança sem música, então participe da dança tocando...ou escrevendo.

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