quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Pedido de um novo

Destruir é muito fácil. Jogar na defensiva, marcando o adversário, é muito mais simples do que inventar uma jogada, criar um ataque ordenado. Estragar um quadro é simples, ser Van Gogh dá trabalho...

Desfazer não é trabalho das novas gerações, é uma reação traumática das mais velhas. Não tenho em mente e nem acredito que o novo seja melhor que o velho, e muito menos que o passado deve ser deixado de lado e visto como desperdício ou tranqueira pesada que não precisamos carregar. Muito pelo contrário! Sou daqueles que não despreza a tradição e muito menos vira as costas para os que me trouxeram até aqui. Porém, também não sou saudosista escravo da tradição e amante dos dogmas. O que posso dizer é que sou novo, sou presente, consciente daquilo que me fez e sonhador daquilo que farei. Apenas afirmo que desconstruir é exercício de quem já construiu, já realizou o sonho...

Acabei de vir ao mundo e já querem me dar uma tocha na mão para queimar o quadro pintado em outra era. Não fiz o quadro! Não conheci o pintor! Não tive tempo de admirar o mundo para concordar ou discordar da obra! Por favor, deixem-me viver! Se num futuro eu rejeitar minha mensagem de hoje, confiem e acreditem que eu mesmo a destruirei, porém, não por medo de suas consequências, mas para que as próximas gerações estejam protegidas de ter que tomar decisões que não as pertencem, para que elas possam por si mesmas serem inovadoras e criativas. As possibilidades estão nas mãos daqueles que ainda não vieram, portanto, devemos deixa-las abertas e infinitas como ainda são e não decidir por elas como elas devem ser.

Talvez por vício e por segurança, tentaram predizer o que eu deveria dizer. Premonições, previsões, prenominações. Escolheram meu nome, escolheram meu signo, escolheram minha religião, escolheram meu país, escolheram minhas escolas e escolheram o que nelas eu deveria aprender. Escolheram minha mensagem! Nunca devemos escolher por alguém sua própria mensagem! O problema não é o burguês e nem a religião, a escravidão está na desproteção dos indefesos, na falta de muros que cerquem os mais novos, na impossibilidade de decidirmos que mudanças podemos fazer. Já escolheram por nós o caminho que devemos trilhar, as transformações que devemos promover...

Convoco minha geração para fugir das repetições, para correr das ordens e para impedir a nós mesmos que decidamos quais sonhos os próximos devem seguir, quais planos devem aderir e quais obras devem destruir. Que nos dias de nosso vigor possamos criar nós mesmos nossas músicas, pintar por nós nossos quadros, escrever nossos textos e produzir por nós mesmos nossas mensagens! Não destruamos, não repitamos, não abandonemos: criemos!

O passado nos empurra para frente, o futuro não nos deixa voltar atrás... Precisamos que os velhos nos protejam e os novos inovem!



Gratis i Kristus

Um comentário:

  1. Seu ponto de vista é excelente, esta se tornando um otimo escritor e filosofo bruno... Use tambem suas palavras para promover a paz, pois é dela que precisamos para que os novos possam continuar criandoo
    Tente associar isso com mais coisas, desvincule-se do futebol, nao sao todos que compreendem sua linguagem
    Mesmo nao tendo atingido a faculdade gostei da sua maneira de se colocar.
    Fica a dica de quem sou eu hahaha

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