segunda-feira, 13 de abril de 2009

Limites

O que seria um quadrado se não tivesse seus quatro lados? O que seria um círculo se não fosse delimitado por sua circunferência? O que seria um país sem suas fronteiras? Nada? Não. Seriam alguma coisa. Mas que coisa? Não sei. Só sei que o quadrado, o círculo e o país teriam o mesmo nome, "alguma coisa", e seriam iguais já que o quadrado, o círculo e o país seriam 3 coisas informes. indefinidas e sem extensão determinada e/ou específica.
Engraçado, o que será que torna o quadrado quadrado, diferente do círculo círculo e de um país país? Se analisarmos e refletirmos bem, o que os define é que o quadrado tem quatro lados, o círculo sua circunferência e um país fronteiras. O que há de comum entre estes é que todas essas diferenças e especificidades são, e podem ser, substituídas pela palavra "limites". E o que é limite se não tudo aquilo que o homem busca quebrar? Tudo aquilo que o homem busca quebrar (pergunta retórica).
Somos descontentes com os limites e vivemos reclamando deles. Só que não sacamos que os limites, assim como com o quadrado, o círculo e o país, são o que nos define. O que é ter um corpo definido senão um corpo com todos os músculos no limite da rigidez? Um corpo com todos os músculos no limite da rigidez (retórica de novo).
Não nos contentamos com o que somos, com nossos limites. Porque não posso voar? Porque sou um ser humano, não um pássaro, e aliás, se voasse, não seria nem pássaro e me, ser humano, mas outra coisa bem diferente. E já que comentado a "diferença", o limite é o que nos difere. Porque não sou bom em álgebra? Porque sou Bruno Reikdal, limitado desse modo, diferente de Newton, que com certeza tinha outra configuração de limites.
No fim das contas, devemos ser gratos por nossos limites, explorá-los ao máximo para compreender quem somos nós, onde estamos, até onde vamos e como devemos chegar (viver). Explorando aqui e ali, conhecendo-nos e descobrindo no que somos bons e no que podemos contribuir para explorar os limites dos outros limitados como nós.

Nenhum comentário:

Postar um comentário