sexta-feira, 3 de abril de 2009

Porque insistir na culpa?!

"Culpa: 2.Falta voluntária contra a moral, preceito religioso ou lei." (segunda definição de culpa do Dicionário Aurélio)


Uma coisa que todos sabemos é que a música é um ótimo meio para se educar crianças. Piscicólogos, pedagogos, diretores, educadores e a Xuxa, assim como a Valadão, utilizam desse instrumento, ou melhor, de instrumentos para criar uma linha melódica doce e com letras simples para ajudar na formação infantil.
Crianças crescidas, crescendo e criadas em contato com o meio cristão (mais especificamente o evangélico) ouvem musiqinhas que contam histórias, doutrinas, conceitos da fé e coisas relacionadas à religião. Em sua formação ouvirão musicas como "Se o seu coração parar de bater agora para onde você vai?" ou "Papai do céu está olhando pra você"...
Eu acho muito legal a idéia de introduzir passar para as crianças o evangelho e as historinhas que enchem os olhos de quem as ouve por meio dos chamados "corinhos", desde que o que está sendo passado faca bem para elas.
Sempre morri de medo das músicas que mencionei. Provavelmente você esta pensando "porque?". E a explicação é muito simples: sempre sentia culpa e medo ao ouvi-las.
Uma contradição chula e parece-me que imperceptível aos pregadores e pensadores como também "doutrinadores" do cristianismo; se Deus me ama, é misericordioso e me salvou, porque devo ter culpa? Porque ensinar crianças de que tem um olho lá do céu vigiando tudo o que fazem e caso elas tomem a decisão errada estão no inferno? Será que é por isso que elas vão em todos os apelos em retiros infantis de férias? Ou então os mais velhos, adolescentes, jovens e adultos, por terem sido criados nessas bases também se rendem aos apelos de salvação mesmo já tendo ido em outros anteriormente?
Pregamos que Jesus cura, salva, liberta, limpa do pecado, mas fiscalizamos os erros e criamos um medo de viver ao incentivar um medo de errar e a culpa que sempre nos sobre vem ao mínimo deslize. Talvez por isso também os pastores todo dia tem que responder a perguntas do tipo: "Mas pastor, isso é pecado?" ou "Foi pecado o que fiz?" ou "Eu perdi minha salvação?".
Convivendo com essa contradição, desvalorizamos as palavras que pregamos como verdade. Destruímos o conceito que dizemos levar para a nossa vida de que somos salvos. Passamos as nos preocupar com nossa salvação, nossa ida ao céu e fazer tudo certinho para que o olho que está lá em cima não tenha argumentos para dizer se eu vou para o "inferno que há" quando meu coração parar de bater.
Dizemos com todo animo e afinco: "Se Deus é por nós, quem será contra nós?", "Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele", "Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão", mas apenas dizemos, não trazemos essas verdades de verdade para uma vida verdadeira. Continuamos sendo nossos opositores mesmo sabendo que Deus é por nós, vivendo como se Ele fosse o carrasco que enviou o Filho para ver quem se safaria de Sua espada afiada e não usufruímos da liberdade para a qual fomos salvos, ainda somos escravos da culpa. O jugo da escravidão depois de quebrado foi reatado por quem diz ser livre dele.
Se somos livres, salvos, filhos amados e perdoados por Deus, então vivamos como o tal. Sem medo, sem peso, sem precisar de apelos e apelos para tentar se sentir redimido e querido por Deus. Esqueçamos da lógica "infantil" aprisionante de nossos "corinhos" e comecemos de fato a cantar a liberdade. Cantar hinos de louvor de quem é salvo, livre, sem culpa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário