segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Nesta madrugada

A luminária acesa destaca a escrivaninha no escritório escuro. A silhueta humana aventura-se a escrever. As horas passam, madrugada a dentro, e nada. Nada.

Livros abrindo e fechando, canetas caindo, o batucar do dedo na madeira, o ranger da cadeira giratória. A noite não era de inspiração. Mas um escritor depende de seus textos. Ele insiste. O apagar da borracha, rasgar de páginas, rabiscar do lápis na folha de papel.

Com poucas amassadas, forma-se uma bolinha. Jogada fora, arremessada ao lixo, bate no aro da lata de metal. Como se estivesse em câmera lenta, a bolinha cai. Dois quiques no chão parecem mais duas pancadas em um bumbo. Tudo se congela por um instante...

A voracidade da criatividade entra em cena em um ruído estridente e frenético da mão que conduz o lápis sobre o papel. Quem a procurar encontrará. Quem pedir receberá. O maratonista que não pára chega a seu objetivo. Quem não desiste chega a algum lugar. Quem mantém acesa a chama da esperança aquece seus sonhos e clareia o caminho que leva ao futuro. Quem de fato quer vai atrás. Quem busca escrever um texto e não consegue sair do lugar, escreve este e vai deitar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário