terça-feira, 4 de agosto de 2009

Perguntas e respostas, breve introdução

Por esses dias enquanto eu ajudava meu pai a fazer umas prateleiras para colocar nos quartos, encontrei um livrinho que eu achava muito interessante quando criança. Um livro com as soluções para os problemas que rodeavam minha cabeça; "101 perguntas que as crianças fazem sobre Deus". Convenhamos que o título é um tanto quanto chamativo e instigante. A curiosidade me matou e não resisti pegá-lo para ler novamente e rever o que me fora ensinado na infância.
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Confesso que fiquei decepcionado, não comigo que ouvi as respostas das 101 perguntas e fiquei satisfeito, mas com as respostas que cristãos diplomados em Teologia e Pedagogia me entregaram. Fiquei assustado e perplexo com a inquietação que vinha a minha mente enquanto lia: "É isso que temos ensinado nossas crianças?!". Percebi que inconscientemente tive uma formação religiosa doentia, aprisionadora, que fazia com que tomasse atitudes em "nome de Cristo" ou em "favor a Cristo" não por compreender o seu amor, sua pregação e sua vontade para minha vida, mas por temer as penalidades divinas e perder minha salvação. Notei que essas respostas me levariam a pensar e viver correndo num círculo, sempre igual, que sai de um lugar e pára nele mesmo, não se aprofunda e nem tenta se tornar uma esfera, sair do plano reto para outras possibilidades e dimensões.
Um exemplo muito bom do que estou falando é a resposta para a pergunta "Porque posso acreditar que a bíblia diz a verdade?", que é mais ou menos assim: a bíblia é verdade porque é a palavra de Deus, e nela está escrito que Deus não mente e tudo o que diz é verdade. Logo, se na bíblia, que é a palavra de Deus, está escrito que é verdade... podemos crer que é verdadeira...
Ge-ni-al! Incrível! Porque nunca pensei nisso?
Bom, para contra argumentar alguém pode me dizer que essa resposta é assim porque é para crianças. Mas o interessante é que todos os adultos para quem eu faço essa pergunta a resposta é praticamente a mesma, isso sem contar que se ensinamos isso a uma criança, ela primeiramente aceita pois é um mais velho que está falando e com maior "autoridade", mas depois que cresce e repensa algumas coisas, percebe o quão imbecil era isso que acreditava e decide por si só procurar outra coisa para acreditar, e se dentro da igreja essa for a única resposta, seu anseio será preenchido por outra instituição, entidade, ser, coisa ou sei lá.
Meus próximos textos serão análises dessas perguntas e respostas e uma reflexão sobre qual seria uma resposta possível dentro de uma proposta lógica, baseada na vida de Cristo, num Deus amoroso para o qual não fui apresentado mas conheci e buscando atender as necessidades da minha geração a partir não das problemáticas e experiências minhas, mas do máximo que eu enxergar das problemáticas e experiências da humanidade.

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