segunda-feira, 29 de agosto de 2011

De minha leitura para a tua - Lendo João 3: 8

Noutros tempos o vento era amado, respeitado, temido e experimentado. Hoje, ele é medido. Inclusive, nos outros tempos, o vento era imediato; ele vinha, soprava e dizia o que bem entendia. Hoje, precisamos que alguém nos diga se está ventando, o quanto está ventando e o efeito que este vento causará! O vento também é mediado. Não sei se é por causa dos vidros dos carros fechados, dos apartamentos colados e ilhados ao mesmo tempo, o excesso de gente nos metrôs, o aquecimento global ou a falta de tempo para pegar o ônibus, mas, a menos que o vento seja exagerado, não ligamos para o que ele diz. Nos acostumamos muito a utilizar o "ar-condicionado"...

O vento das Igrejas também anda bastante condicionado; tanto é verdade, que mal ouvimos ressoar seu nome. Quando o nome é dito, o som vem tão vazio e sem vida que ninguém sabe seu significado. Sabemos soletrar, separar em sílabas e até conjugar, mas a vida das palavras perdeu o sentido. Que dirá então a vida de duas palavras mitológicas que juntas carregam um ar, ou melhor, um vento sublime e cheio de ânimo! Que diremos do Espírito? Que diremos do Santo? O que vivemos do Espírito Santo?...

João 3: 8

"O vento sopra onde quer. Você o escuta, mas não pode dizer de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todos os nascidos do Espírito."

Tenho dificuldade de organizar meu pensamento enquanto falo e não sei fazer pregação em três pontos e apelo. Meus sermões são sempre uma sequência de palavras encadeadas, porém, sem pausas para pontos. Enquanto falo, espero que alguma das palavras que jogo no ar passe pelas casas dos indivíduos que me ouvem, e que ao menos uma delas seja o vento certo que os convide a abrir as janelas do lar mais íntimo: o coração.

Falo, vivo e o vento sopra. Passeia pelas ruas, por entre as casas que vez por outra resolvem abrir as janelas. Aprendi com Jung Mo Sung que as casas quando fechadas juntam pó e mofo, precisam de um novo ar, de um novo vento para arejar o ambiente e dar respiro ao ambiente sujo. Abrindo as janelas, a casa recebe um novo vento e é renovada, vem uma nova vida, um nascimento de Espírito.

Na vizinhança, não são todas as casas que se abrem para este sopro de vida. Algumas ainda permanecem fechadas. Talvez isso aconteça porque nem minha vida e nem minhas falas tenham a chave certa para estes lares. Não tenho poder sobre o vento. Mas, espero que pelo menos o som das janelas da vizinhança se abrindo para compartilhar desse novo ar, convide também este indivíduo a refletir sobre a necessidade de abrir-se para o Espírito.

O vento, por sua vez, não pode morrer dentro da casa, ele deve ser livre para correr solto pela vida. Esta corrente de ar precisa continuar a vazar. Minha porta também tem de ser aberta para que de minha casa o vento possa sprar em outra. Uma vizinhança que se presta a viver de um mesmo vento está disposta a experimentar de um mesmo Reino. O vento acaba circulando por ambientes jamais vistos, inesperados, de maneira incontrolável e incompreensível. O impossível faz sentido! O Espírito não é coisa de que se pensa, é Vida que se vive. O vento não é movimento que se mede, é sopro que se sente. O Reino se faz de pessoas que constantemente renovam suas casas com o sopro do mesmo Espírito Santo...



Ao Ministério de Adolescentes Betesda


Gratis i Kristus

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