segunda-feira, 18 de julho de 2011

De minha leitura para a tua - Lendo Mateus 15: 17 - 20

Continuo refletindo sobre uma postura que faça sentido e traga crescimento para a espiritualidade dos indivíduos. Não acho que escrever é um desproposito, mas estou longe de crer também que seja este o texto salvador e magnânimo capaz de mudar a caminhada de alguém. Apenas não consigo falar por falar, criticar por criticar, repetir por repetir ou esquecer de que o conhecimento é bom e nos traz orgulho, mas o amor é que edifica. Vejo que nos falta o amor, mas também nos falta o conhecimento. Não queremos saber para não ter que amar, mas também não queremos amar para não ter que menosprezar nosso orgulho. É muito complexo o coração do homem, é muito bagunçada a existência. Mal o próprio indivíduo se conhece ou reconhece, que dirá um escritor de blog. Não posso usar a mim como régua para a humanidade, mas, em contra-partida, não tenho outra régua que não eu, ou parte de mim. Esquisofrenia humana. Isso, se é que os humanos em geral a têm. É tudo muito complexo, muito confuso. Talvez por isso Paulo diga que quem ama é conhecido por Deus, pois só Deus para tentar encontrar quem é o homem em sua individualidade em meio a tantas possibilidades...

Os corações diversos divergem nos conceitos, mas talvez venham a convergir nos sentidos. Se há uma coisa que une o homem é a dor e o sofrimento. O contato com o desespero e a angústia obrigam o indivíduo a ter que dar passos fortes, lembram da realidade da vida, lembram que ela acaba. Choques de realidade são constantes e reais no indivíduo. O coração de homem talvez seja reconhecido pelo sofrimento ou pela dor... Se assim for, imagino que reconheçamos o de Deus no amor. Pensando assim, convido-te a mais um devocional, o último da sequência no texto de Mateus 15:

Mateus 15: 17 - 20

"Não percebem que o que entra pela boca vai para o estômago e mais tarde é expelido? Mas as coisas que saem da boca vêm do coração, e são essas que tornam o homem 'impuro'. Pois do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias. Essas coisas tornam o homem 'impuro'."

Desatento às especificidades de maldades listadas, percebo que do coração do homem vem a dor. Por muito tempo achei que o homem fosse bom. Por mais ainda que ele fosse mal. Por recente pensei que fosse ambíguo. Mas agora, vejo que é homem. Indivíduo limitado a um tempo, um espaço, uma cultura e a si mesmo. Este homem descobre quem é quando abre a boca e vê o que vem de seu coração. A maldade cometida, a injútia proferida, a tristeza produzida. Um choque de realidade nos braços do homem.

A preocupação com aparências é resultado de uma fuga da realidade: da limitação humana. Se ele é bom ou mal, ambíguo ou não, não importa. O homem é limitado. A existência sofre com o não cumprimento da vida plena. A morte é temida porque põe fim a algo inacabado, incompleto, em crise e impuro. Querer ser Deus e esquecer de suas limitações arrebenta com a humanidade. Limitações não são ruins, mas querer ser o que não se é sim, é muito ruim. O homem é imagem e semelhança de um Deus, mas não quer ser como tal, prefere ser ou muito menos, um inútil lixo a ser descartado, ou muito mais, o perfeito Deus encarnado "puro" e santificado. Não! O que o homem come não o torna imundo ou puro, mas é o que sai de dentro dele que o impurifica!

É do coração limitado que não sabe lidar consigo que a morte vem. É de um coração que quer ser mais justo que Deus e mais santo que Cristo que a destruição vem. Se o homem come ou não, tem necessidades ou não, morre ou não, isso não o corroi. Mas o coração descuidado e esquecido desespera, angustia, joga no chão e foge da eternidade. Corações desatentos para a vida e em desconformidade com a realidade são promíscuos, imorais, homicidas, adúlteros, ladrões, de falso martírio e mentirosos! Isso é deturbar o convite divino de viver! A vida é para ser vivida como ela é, e vivida em abundância!

A pureza talvez seja simbolizada na criança porque com olhos brilhando desfruta de seu mundo, do que vive em sua volta e brinca com gosto nunca esquecendo-se de que é criança, nunca negando sua infância! A virgem também talvez seja símbolo porque não nega sua virgindade, cuida de seu íntimo, guarda o coração e o partilha quando ama verdadeiramente. Homens que esquecem que são homens e se preocupam com o como comem, esquecem também de que há diferentes pães para se comer, e dentre eles o Pão da Vida. Homens que se preocupam mais como bebem, não deixam fluir de si Rios de Água Viva. Que de nós flua humanidade! Que saia do coração a consciência! E que saibamos que são as impurezas que sobrevivem de aparências!



Gratis i Kristus

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