sábado, 12 de março de 2011

O menino que contou uma verdade

Uma vez um menino contou uma verdade. Tomou um tapa na boca de sua avó por falar algo tão feio. Ficou assustado, chorou, achou estranho e saiu trombando nas mobílias que entravam em seu caminho. Capotou no sofá e encheu a almofada de lágrimas. Sua irmã mais velha ao ver a situação calmamente sentou-se no sofá e perguntou o que havia acontecido. O menino contou uma verdade. "Vá embora daqui, menino malcriado!", berrou a irmã. A criança saiu mais uma vez tropeçando no que via pelo caminho, dessa vez os degraus da escada. Atravessou o corredor e saltou na cama, encharcando agora o travesseiro. A mãe vendo aquele pequeno vulto passar como um raio no andar de cima, tranquilamente foi ao quartinho, atravessou a porta, sentou-se na cama, suspirou: "O que foi, meu filho?". O rapazinho levantou a cabeça devagar, passou a manga da camisa no nariz, esfregou com a mão esquerda os olhos, e respondeu: "Contei uma verdade".

A mãe toda paciente pôs a mão na cabeça do filhote dizendo: "É meu filho, a verdade vez por outra dói. As palavras são tão livres que não se importam em quais ouvidos cairão, e algumas pessoas não são capazes de suportar essa liberdade... Ainda mais porque estas verdades normalmente libertam, ou pelo menos tiram os esconderijos em que os homens, e até as crianças, gostam de ficar, deixando-os expostos. Imagine você  quando brinca de esconde-esconde. Você quer se libertar, mas para isso tem que sair de seu esconderijo que o protege e encarar o 'pega' com a possibilidade de perder a brincadeira, ficar fora do jogo, não sorrir quando todos forem achados. A verdade nos tira desse esconderijo. Mas não te importe meu filho! Seja você um rapaz livre! Vale mais descobrir o mundo e a vida do que esconder-se e sumir no escuro! Seja verdadeiro e descubra que 'a verdade vos libertará!'". O menino sorriu  :) . Ficou mais calmo. Já não tinha lágrimas. A mãe contente por não ver a angústia do filho por ele ser verdadeiro, perguntou: "Agora, meu filho, o que foi que você disse para sua avó e sua irmã?". O menino contou uma verdade. "Fique no teu quarto moleque! Não desça até a hora do jantar pensando nisso que acabou de me dizer!"...

Enfim... A verdade mais uma vez é calada e a liberdade continua dentro de seu quarto, sem comer e sem nos mostrar os esconderijos de nossos corações.

Gratis i Kristus

2 comentários:

  1. Não tem nem como comentar, tinha que ser o Rick o menino prodigio, ainda vou usar esse texto em meu sermão, valeu Rick

    Keiker Oliveira, vugo kiki.

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  2. E aí Bruno.. Parabéns! Amei o blog!! Vou acrescentá-lo a minha lista de blogs, ok..

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