segunda-feira, 27 de junho de 2011

De minha leitura para a tua - Lendo 1 Coríntios 8: 1-3 e 9-11

Uma boa leitura requer abrir mão daquilo que já se sabe e, como criança, encantar-se pelas descobertas...

"Saber é poder", e quanto mais estudo, mais sei disso. O saber é uma chave que além de me abrir portas, trancafia cadeados nas bocas dos outros. O não sabedor de algo pode ser acorrentado por minha voz e pelo meu conhecimento. O conhecimento traz liberdade, mas também traz poder. Tanto posso utilizar meu poder para a liberdade, como minha liberdade para o poder. Ser sabedor é ser chaveiro, e ter chaves é uma grande responsabilidade. Posso prender, posso soltar, posso dizer e desdizer. Para fora de mim, despejo pequenas palavras-gaiolas; que podem tanto ter duas portas abertas para que os ouvintes passem por elas e as conheçam por dentro, como apenas uma porta aberta, prendendo assim aquele desesperado que não se sente a vontade numa (nova) prisão, mas que se rende ao não encontrar a chave necessária para sair pelo outro lado, ficando assim limitado pelas grades vocabulares de minhas palavras-gaiola.

A Reforma protestante trouxe à luz a idéia de um "sacerdócio universal de todos os santos", abrindo mão da restrição e do controle da leitura e conhecimento da Palavra de Deus. Sendo assim, sinto-me livre para ler um Texto Sagrado, tentar saber algo sobre ele e compartilhar nesta devocional, de modo que você que a lê possa tomar emprestado a chave que me ajudou a abrir portas e caminhar mais livre, e convido-o a fazer o mesmo sempre, compartilhando tuas leituras com os outros:

1 Coríntios 8: 1 - 3 e 9 - 11

"Quanto aos alimentos sacrificados aos ídolos: 'todos temos conhecimento', conforme vocês dizem. O conhecimento traz orgulho, mas o amor edifica. Quem pensa conhecer alguma coisa, ainda não conhece como deveria. Mas quem ama a Deus, este é conhecido por Deus... Então, tenham cuidado para que o exercício da liberdade de vocês não se torne uma pedra de tropeço para os fracos. Pois, se alguém que tem a consciência fraca vir você que tem este conhecimento comendo num templo de ídolos, não será induzido a comer do que foi sacrificado a ídolos também? Assim, esse irmão fraco, por quem Cristo morreu, é destruído por causa do conhecimento que você tem."


O capítulo 8 de 1 Coríntios tem falado muito comigo. Das experiências que tenho tido com Cristo e do amadurecimento de minha fé, percebo cada vez mais o quanto sou livre e tomo consciência do quanto o saber de minha liberdade traz para mim um poder maior do que qualquer coisa desse mundo: a necessidade do amor. Mais forte do que tronos, exércitos e laços racionais, o amor sustenta a esperança e a fé que movem os homens. Não me sinto na necessidade de provar e comprovar racionalmente, explicar às lógicas e às ciências a fé que tenho e os porquês que me levam a pregar o que prego e viver o que vivo, apenas sinto o poder de que acabo de falar: me sinto na necessidade do amor. Cresço, amadureço e me liberto, mas a troco de que? De nada! Em nada devo me mover além da necessidade de amar. Ora, se minha fé, minha liberdade e minhas palavras tem acorrentado bocas e produzidos gaiolas de uma porta só, tenho sabido de algo que "todos temos conhecimento", mas não tenho amado e nem sido conhecido por Deus.

Todos sabemos que não devemos negar nossa consciência, da constante obrigatoriedade de reformas, das renovações de discursos e das quebras de paradigmas, mas apenas pensamos que conhecemos isso, não conhecemos como deveríamos. Na carta Paulina, o conhecimento nos liberta e nos traz orgulho. Temos o peito cheio de coragem, prazer em defender uma liberdade, em caminhar por trilhas que poucos tem se atreveram, mas isso não edifica, apenas traz orgulho. A chave, a Grande Chave, libertadora e edificante, que transforma e mantém-nos rumo ao bom fim, à Cristo, é o amor. "Mas o amor edifica". Que posso dizer frente a isso? Nada! Qualquer palavra dita agora para este versículo trancaria a boca dos leitores! Guardemos este som e vivamos em liberdade! Não posso esquecer enquanto escrevo dos irmãos fracos por quem Cristo morreu, não posso destruí-los, tenho que libertá-los! O Cristo que vive em mim, um dia morto numa cruz, tem que ressuscitar no coração do fraco, e não viver em constante via dolorosa, prisioneiro dos homens, culpado sem nunca ter pecado.

Os fracos e os oprimidos são os necessitados de salvação. O médico vem para os doentes. O fraco não deve ser desprezado, mas deve ser a prioridade. Saibamos disso! Vivamos isso! O conhecimento nos traz orgulho, não o deixemos de lado. Mas o amor edifica...

Por um poder em função da liberdade!

Gratis i Kristus       (que em dinamarquês significa Livre em Cristo)

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